… de regresso…
Não se aborreçam… mas se anotaram este endereço, era de férias. E findas que são, resolvo regressar a morada antiga, arejando-a e renovando-a.
Votos de bom regresso de férias, de melhores viagens – inclusivé, até lá, aos Espelhos e Labirintos.
flash
cercados com cancelas…
passagens das sombras para a luz…
caminhos entrecortados, como inspirações arfantes…
viagens interrompidas, nos breves segundos da abertura da cancela ou na hesitante demora em sair para o sol…
de mansinho
Encontrei a saudade nos lençóis,
Girando trôpega entre almofadas.
Ia aconchegá-la, mas repensei.
Oh, se repensei!
Saí depressa antes que ela desse por mim.
não me ocorreria…
Do «original» de Bougerau a cartaz de Festival…
já achei curioso. E não me ocorreria!
Mais ainda que se decidisse que a arte devia ser «segura»….
… dá para acreditar?
flash
No sedoso das pétalas, um dourado luminoso.
Mote de uma ideia sobre fragilidade e tempo, do espaço entre florir e extinguir-se. Mas, mais forte e densa, a ideia do muito belo enquanto dura. Como as outras coisas da vida.
E se não se pode pedir ao deserto que dê água, também não às fllores que sejam eternas.
pode, pode, pode…
O pavimento é pré-existente, já lá está antes de se chegar. O sentido e a direcção é de Quem viaja nele, colocando os pés de acordo com a vontade e o alcance possível.
Podem tornear-se os desenhos, ignorá-los, caminhar a direito, em curvas, arrastando os pés ou saltitando entre figuras… pode decidir-se fazer uma linha recta onde ela não existia ou parar apenas..
A quantidade de opções que se pode é quase infinita. Porque tropeçamos nas que não se pode? e lamentamos não poder voar sobre o pavimento?…
minúcia
minucioso e delicado gesto,
dedicado ao que não é visível
nem provavelmente será visto.
Gestos por si, de si, em si.
Quantos assim nos rodeiam…
flash # 44
O que mais gostei nela… foi que estivesse no meio de um parque central na cidade, gloriosamente descontraída, uma mão segurando a outra, a olhar para o lado … com um semisorriso de quem desfolha gratas memórias só por si conhecidas…
ao olhá-la, regressa-me aquela sensação de se reunirem o recato e a audácia, a serenidade e a determinação… ah! e a inveja também regressa…
breve
Mesmo em espaço aberto e profundo,
de horizonte indefinivel,
é possível traçar contornos.
Resta que se mantenha a incompletude…
de escárnio e maldizer
Sei-te de Cor
Sei de cor – cada traço – do teu rosto – do teu olhar. – Cada Sombra da tua voz. – E cada silêncio – cada gesto que tu fazes – Meu amor sei-te de cor – Sei – Cada capricho teu – E o que não dizes – Ou preferes calar. – Deixa-me adivinhar – não digas que o louco sou eu – se for tanto melhor – Amor sei-te de cor – Sei – Por que becos te escondes. – Sei ao pormenor – o teu melhor e o pior. – Sei de ti mais do que queria – Numa palavra diria – Sei-te de cor
Tive mesmo de ouvir a música, colocada por aceso entusiasmo e a querer-me convencer da musicalidade… Credo! Como é possível…. saber Outro de cor, se muitas vezes nem a si mesmo? E assumindo que é realmente presunção, é ainda um atentado à possibilidade do outro modificar-se, transformar-se…
Vamos aos «ses»: (1) se fosse literal, suponho que o amor estará a extinguir-se ou, pelo menos, o interesse. Ou o senso de descoberta em cada estar com Quem se ama. Até porque «sei mais de ti do que queria» pode ser corrosivo… (2) se é metáfora, é das mais pobres que já li…mesmo que apenas para entreter, podia ser mais de desejo do que de acção – «queria saber-.te de cor» pelo menos, parece mais sensitivo.
Entretenimento e Música não dispensam de ser inteligente, pois não?!
# 2 Cores: verde
Depois do azul,…
o verde é a cor da natureza, das árvores, dos campos e dos bosques. Assim como da Esperança. A energia do verde reflecte participação, adaptabilidade, generosidade e cooperação. É uma cor que facilita o raciocínio correcto e amplia a consciência e compreensão – é a imagem da segurança e da protecção e cria um ambiente propício para tomar decisões.
O verde é a cor mais harmoniosa e calmante de todas. Simboliza vida nova, energia, fertilidade, crescimento.
Gosto de verdes…
de fugida
*
Uma brisa insaciada:
sabe-me a agridoce
que salga a sede
e destempera a fome.
*
Um relanceio curioso desliza:
refulge em opalina imagem,
aguça o olhar
e ancora-se em querer ficar.
*
no ar
Ainda que as raízes estejam contidas, retidas, protegidas, o que sai, espraia-se para lá dos limites e expande-se… ao caso, apropria-se do olhar e do encantamento. Algo tão belo, emergindo de um espaço tão fechado, tão estrangulante.
Pensando bem, é «ainda que» ou exactamente «por que» as raízes estão encarceradas… ?
O belo aéreo emergindo! e florescendo.
lava
Há lidos de expressão singela, que ecoam quando os murmuramos.
Foi o caso, e, com a devida vénia a, aqui fica:
A certeza de te amar
Sustenho, por vezes,
a incerteza de uma imagem
torturante, na aparência
embebida de mutismos
que à deriva abalroa quase tudo,
que se levanta,
repetida e sem governo,
como um bruto Adamastor.
Contudo,
não te resistem
as minhas cores de ardor e mel,
nem o pronto retorno à tua carne,
onde o tempo se desfia,
ora preguiçoso, ora moço,
e onde teço
sinfonias de loucura, para ti,
na ajuizada certeza de te amar.
Nylson
erro(s) com problemas de consciência
Fica sabendo que um erro é um equívoco, um desvio do caminho… um engano ou um delito. Há quem o tenha na conta da falha ineludível – e é. Quem o considere embaraçoso – e às vezes é. Portador de culpa, como uma brisa envenenada – e às vezes é.
Por vezes, erra-se, sem querer e sem parar a pensar: nem se vê o potencial de erro – senão depois de se ter cometido. E, mais raramente, quando se erra por se deixar tentar, encontra-se algo que nem se procurava, que nem se sabia que fazia falta, e depois faz bem.
Um erro com consequências felizes, que passa a ser uma sorte ter acontecido – um erro que se interroga se continua a ser um erro.
Casa de férias…
Declaro este sítio como “casa de férias”… em que o tempo é despreocupado, o vento é leve e o sol aquece docemente a pele e alma.
Encerro hoje, ainda que provisoriamente, a Casa Mater em http://espelhoselabirintos.blogspot.com
e por aqui postarei durante uns tempos!
enigmático
O título é «Namoro», por Almada Negreiros. E ele teria as suas razões…
Evoca-me um apaziguamento dos sentidos. Um semiadormecimento relaxante.
flash
a nudez tranquila,
enquanto se joga consigo, contra e per si
e ao redor, a transição para os monturos e as paredes por caiar
… a centração no essencial absolve.